6 de abr. de 2011

Repensar os conceitos da Arquitetura - o que é sustentabilidade na cidade contemporânea?

 Exposição Pavillon L'Arsenal - reflexões acerca da sustentabilidade, planejamento urbano e intervenções urbanas, vale o clique.
“a sustentabilidade hoje na arquitetura ocorre como uma prótese, o arquiteto trabalha num projeto e o engenheiro vem em seguida ajuntando diferentes aparelhos, equipamentos e soluções que dão uma performance melhorada ao edifício, mas que não transforma nem a mentalidade, nem o modo de vida e nem a arquitetura” (PERRAULT, 2008). Esse tipo de atitude protética apontada por ele ocasiona o que se entende normalmente por “arquitetura de catálogo”, constituída por uma bricolagem de elementos dispersos, um verdadeiro kit. [extraído de um artigo de Bruno Massara, que mantém um site muito interessante]

A colocação de Perrault evoca a atenção necessária a reler e compreender a morfologia urbana para intervir de forma a conectar e integrar as partes ao invés de isolar determinados pontos da cidade. A questão colocada constitui uma consciência de que a paisagem é que deve revelar um equilíbrio entre as ações humanas e o meio ambiente, pois o isolamento de cada elemento construído impede alcançar as dimensões sociais, econômicas e naturais, como critérios de mitigar os impactos ambientais. A metrópole interligada por sistemas de infraestrutura urbana é uma questão necessária e emergente para o século XXI.

Para Perrault, a sustentabilidade na arquitetura destoa dos discursos mais profícuos, elencando que a arquitetura deve ser durável. Mas em que sentido? Traduzindo o discurso em formas densas com multiplicidade de usos, que se diluem na paisagem e tornam parte deste todo. E isso pode ser o sentido do que denominamos por reconversão, como o conceito mais adequado às intervenções atuais: adensar por congestão. Agrupar em uma área diversas atividades, as quais permitam a sobrevida do edifício e do espaço público por maior tempo e prolongue sua permanência. A ideia de um espaço potencial, de um vazio a espera de ser tapado e preenchido, mas não completamente definido pelo projeto, pois a multiplicidade de usos está posta e novas convergências podem aparecer e suscitar a apropriação de algo latente.

Essa reflexão é um esboço das divertidas conversas de almoço...Obrigada Gustavo Amaral por incitar as propostas de intervenção urbana....

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